segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cryo-Top


Neste momento, para muitos, Cryo-Top parece um nome sem sentido mas na realidade trata-se de um método inovador que permite mudar aquilo que a Natureza criou. Graças ao médico japonês M. Kuwayama, agora também as mulheres são férteis até mais tarde. Tudo isto se deve ao método de vitrificação de ovócitos, em linguagem mais simples, um processo capaz de congelar gâmetas femininos. Neste processo inovador ocorre um congelamento ultra-rápido dos ovócitos, mergulhando-os numa solução especial, antes de os armazenar em nitrogénio líquido.


Com uma taxa de sobrevivência ao descongelamento igual a 90% gera-se assim uma inovação no campo da reprodução assistida. Todo o processo termina com a fertilização in vitro, que também no preço do tratamento se encontra incluída.


Isto pode ser uma solução para as mulheres que preferem apostar nas suas carreiras profissionais e deixar a maternidade para mais tarde. Mas também para aquelas em que aconteça algo que possa afectar a qualidade dos seus óvulo tal como uma doença ou até mesmo a idade.


No nosso país, o Cryo-Top ainda não está disponível. Em Espanha, porém, desde Setembro do ano passado, é possível recorrer a este processo, nas 10 clínicas do Instituto Valenciano de Infertilidade.



É certo que com este processo as mulheres podem estar mais despreocupadas em relação à sua fertilidade e ao fim da mesma, uma vez que podem sempre ter um ovócito de reserva. Com isto cria -se um dilema pois apesar de estarem no seu direito a partir de certas idades, a gravidez pode ser arriscada ou mesmo impossível de realizar. Nestes casos, a ética vai contra este procedimento. Mas que direito temos de julgar ou criticar os outros?

6 comentários:

Dinis Fernando disse...

O cryo-top parece-me, de facto, um método bastante útil.
Para além de permitir à mulher dedicar-se à sua carreira profissional, deixando, como tu disseste, "a maternidade para mais tarde" (compreendo que os filhos possam ser um "entrave" à progressão, na carreira profissional, por uma mulher), permite fazer uma espécie de "Backup", ou seja, guardar alguns oócitos funcionais, para que, no caso de uma eventual doença ou qualquer outro problema que afecte a qualidade dos óvulos (como a idade), a mulher possa ainda ser mãe.
Um bom exemplo, relativo ao problema da idade, foi-nos dado pelo Prof. Salsa.
À medida que a mulher envelhece a qualidade dos seus óvulos diminui, aumentando o risco de doenças no feto. Com este método, podem ser utilizados óvulos de melhor qualidade, previamente conservados, protegendo o feto de uma provável doença.

Gostei muito da tua postagem! ;)

Professor José Salsa disse...

Bom artigo para lembrar nas aulas quando vier à baila a reprodução assistida...

Dragon Ball disse...

Informação interessante sem dúvida. Gostei do blog. Continua o bom trabalho cátia! (tou numa de comentar os blogs de biologia)

Mas será que uma mulher quererá ter um filho aos 45 50 anos? Qual o futuro da criança quando começar a notar que os pais estão velhos e ele tem que acabar rapidamente os estudos. O
Ninguém prevê o futuro, e se a família entrar em ruptura economica, e estando os pais velhos não podem trabalhar para suportar os filhos. Que futuro terão as crianças com pais "velhos"?
Que pressão terão os adolescentes com pais mais "velhos", já que todos nós estamos rodeados da finitude da vida?

Tiago disse...

Concordo aqui com o meu amigo xenix... que vai ser da criança quando se vir forçada a mudar a fralda dos pais já bastante idosos quando nem a sua consegue trocar? Já para não falar de outros entraves...
Pensem nisto...

Continua o bom trabalho.

alcunha disse...

Acho uma técnica de facto revolucionariamente fantástica, do ponto de vista que poderá vir a substituir a tradicional crio-conservação, uma vez ter uma eficácia muito maior.

Mais uma vez alerto para os perigos da ciência sem controlo (agora avós a quererem ter filhos para se sentirem "mais novos", o que seria dos filhos?). Mas suponho que não haja assim tantos casais que depois dos 50 tenham ainda paciencia suficiente para aturar "canalha".

Outra questão talvez mais importante é a monetária. Se uma pessoa perfere ter filhos mais tarde é muito provavelmente porque não tem dinheiro suficiente para proporcionar à futura criança uma infância como merece. No entanto, é capaz de ficar tão ou mais caro manter o oócito congelado do que a criança viva.. Não está bem, há coisas que devem ser mudadas no mundo, e esta é uma delas.

Anónimo disse...

Obrigado por Blog intiresny